Parzival foi mais uma banda que conheci através do Festival Entremuralhas. Confesso, a partir de certa altura, que uma amálgama de preguiça e de falta de tempo me afastou de uma das minhas actividades favoritas: procurar música nova. Durante algum tempo fi-lo ouvindo rádio online (a que hoje chamamos podcasts, mais precisamente) mas acabei por perder o hábito. Isto agora vai mudar com o streaming no Twitch, com DJs ao vivo e chat em tempo real, e a possibilidade de assistir comodamente no smartphone enquanto se faz outras coisas, algo de impensável nos tempos dos podcasts em que era preciso estar ao computador para ouvi-los, e, lá está, nem sempre havia tempo disponível para isso.
Dos Parzival, descobri primeiro o álbum “Urheimat”, talvez mais acessível e dançável. Fui ao Bandcamp deles e ouvi a discografia toda (outro luxo que não havia no meu tempo, em que a gente comprava o disco ou CD a partir de um único tema que passava na rádio e às vezes enfiava um grande barrete). Os álbuns são muito diferentes entre si. Diria que gosto muito de “Urheimat” e “Casta”, mas dos outros nem por isso. Da mesma maneira, pode haver quem tenha uma opinião rigorosamente contrária à minha.
É precisamente de “Casta” que quero falar, um álbum que me surpreendeu pela mistura de influências: música indiana, electrónica, marcial, épica, e direi mesmo operática, tudo isto numa banda dinamarquesa.
Tenho a perfeita consciência de que “Casta” não é para toda a gente. Mas, ao primeiro acorde, eu soube que era mesmo para mim. A música indiana fascina-me, até aquela dos filmes de Bollywood. “Casta” não é exactamente música dançável (embora possa muito bem ser dançada), mas leva o apreciador numa viagem de inúmeras subtilezas que se combinam surpreendentemente bem, uma delícia para o sentido auditivo.
Aconselho a audição imediata e, já agora, a da restante discografia, incluindo o excelente “Urheimat” (esse, sim, para dançar).
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sábado, 31 de julho de 2021
Parzival — “Casta”
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