Passado que estava todo o secretismo que rodeou o evento e já a saber para onde me dirigir pus as botas a caminho da, muito, muito quente, Casa de Lafões. Fui recebido pela organização que distribuia o bilhete personalizado bem como um muito simpático single oferta a quem o havia reservado.
Depois de dar uma volta ao espaço e enquanto esperava canções de rosas brancas num lugar simpático, soou ao piano os acordes de “Nausea” e “Peacefull Snow”, recebidas com alguns aplausos do, ainda, pouco atento público. Sem entender se era uma espécie de “soundcheck” ao piano ou uma chamada de atenção aos presentes, certo é que o som do piano, embora bem tocado, era mau de mais. Talvez tenha sido essa causa para não mais ter sido ouvido essa noite.
Pouco tempo depois Thomas, Nicole e Max entram em palco para aquecer o já quente ambiente e dar um definitivo inicio aquela que, para a maior parte dos presentes, deveria ser uma noite única.
Desconhecidos para mim até terem sido anunciados como a primeira parte deste concerto, têm uma sonoridade e inspiração marcadamente militarista que se torna imediatamente óbvia no modo como se apresentam e na utilização de três timbalões em palco, que foram os instrumentos maioritariamente usados. No entanto, se por estas razões a sua aproximação ao palco poderia sugerir uma primeira parte algo monótona, facto é que não o foi e que esteve claramente longe de tal.
A sucessão de músicas incluiu elementos exteriores, quer de sons pré-gravados quer de outros instrumentos, que embora não sendo uma novidade neste género musical, ajudaram a criar e enriquecer o ambiente fazendo com que este concerto, apesar das pequenas e na sua maior parte imperceptiveis descoordenações entre os membros, apenas pecasse pelo tempo reduzido de duração.
Algum tempo depois e ainda com as rosas brancas na mente, Douglas P. entra em palco. Apresentou-se camuflado com a já conhecida mascara, mas o calor da noite não perdoou e duas musicas depois retirou-a, e é de “cara despida” que reinicia um passeio à guitarra pelos numerosos trabalhos editados.
Pessoalmente destaco “All Pigs Must Die”, “Death of a Man”, “But, What Happens When the Symbols Shatter?” e “Symbols of The Sun” dum concerto que a espaços, se foi mantendo num ritmo, a meu ver, demasiado regular. Algumas musicas do último álbum ficaram a perder com a substituição de instrumento, a “Peacefull Snow” por ex., que considero uma música com o seu tempo próprio, soou a despachar e outras, como a “Ku Ku Ku” não tiveram direito à letra completa, como podem ver no video. Mas, ainda assim, valeu cada minuto, mesmo estes em que Douglas P. não me pareceu no seu melhor.
Este leve sentimento a desconsolo teve, provavelmente, culpa na elevada expectativa pessoal, na elevada temperatura da sala e no som da mesma, por isto, entendo este concerto apenas como bom e bastante aquém do excelente.
As fotos e os vídeos são da minha autoria e da Isabel.