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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Graveyard Sessions nº. 35 - Back From the Dead @ Santiago Alquimista


Passou um ano desde que os deathrockers e góticos de Lisboa dançaram pela última vez por entre as campas. Há que reconhece-lo, durante dois anos de existência o colectivo Graveyard Sessions criou uma reputação enorme entre a comunidade fazendo o que mais ninguém aparentemente consegue, reunir mais de cem góticos no mesmo local durante mais de quatro horas ;).
O colectivo pedia góticos e estes apareceram no Santiago Alquimista em numero suficiente para escurecerem ainda mais uma festa que se pretendia grande, de arromba, afinal é o regresso da melhor festa do género que tenho o prazer de conhecer em Lisboa, nos últimos anos.

Existirão sempre opiniões díspares, de facto parece-me mais ou menos consensual que o fim terá sido um pouco abrupto, que os locais de fumo eram insuficientes e mal localizados (facto que fez com que se acabasse por fumar onde não se devia), mas a grande maioria estava ali pela festa e ainda mais, pelo apoio ao colectivo e pela celebração do regresso.

Fazia parte do “menu” uma exposição colectiva de 3 artistas, dois concertos e a leitura de algum trabalho do José Luís Peixoto pelo próprio, restando por isso pouco tempo para os djs que, sendo cinco, mal tiveram tempo para aquecer, mas fez-se o possível: havia a necessidade de juntar esta gente outra vez num só lugar, e assim foi.

Tendo visitado os links fornecidos na divulgação, havia, não só da minha parte mas também de quem me acompanhava, alguma curiosidade em relação às pinturas da (simplesmente) Cláudia, mas, sendo o mote da exposição uma festa underground e o local escolhido um amplo hall de entrada, os artistas foram tímidos e na montagem colocaram os trabalhos demasiado arrumadinhos a um canto, de tal modo que só à saída dei por eles, no momento em que as fotografias e os desenhos estavam a ser retirados. Na minha opinião, que vale o que vale, esta mostra de arte pedia mais presença, ou mais atitude que extravasasse para além do canto protector onde os três artistas se isolaram.

De volta à festa, porque a noite foi para isso mesmo, os concertos começaram com uns Archetypo 120, formados em Guimarães em 2004 por dois membros dos extintos Restos Mortais de Isabel. Apresentaram-se com menos um membro mas muito bem dispostos, contornando sempre com bom humor as peripécias de ter menos uma pessoa em palco. Durante cerca de uma hora soaram no S.A. músicas de Obsession (álbum gravado em 2007) entre elas Angels Fall e Deception, tiveram tempo ainda para uma homenagem sentida por todos a António Sérgio com uma cover da Say It Again dos Danse Society e para uma “música de Jó”, nada mais que uma, segura, cover de Heart and Soul dos Joy Division. Em resumo no meio da boa disposição mostraram o que de bom têm feito, Nothing to loose e Now ficaram a ecoar durante um bom punhado de tempo nos ouvidos e deixam sobretudo uma vontade de ouvir os trabalhos que se seguirão.

O segundo concerto da noite estava reservado aos portuenses Bal Onirique, que apesar da fama trouxeram a Lisboa um concerto competente mas muito pouco surrealista.
Sabendo já à partida que os músicos eram bons e as músicas a condizer, restava-me a esperança de ver eclodir ao vivo o surrealismo que lhes deu o nome, e que a dança do ventre na música inicial não colmatou. Pareceram-me algo contidos em palco, e de um bom concerto fica uma pequena decepção que não o deixa chegar a excelente. Facto é que desfilaram muitas e boas musicas entre as quais Jadis et Naguèrre inspirado na relação de Rimbaud e Verlaine e Lovers Suicide, no entanto fez-me falta o caos que esperava ter visto.


Após uma breve pausa, eis que José Luís Peixoto chega ao palco para dar uma forma honesta à performance Leitura de Poesia Fúnebre. Podemos sempre alvitrar que, tal como diz a expressão popular, raramente um escritor é um bom declamador da sua obra, e sinceramente concordo, mas de outro modo a coisa não funcionaria, era necessária a humildade e o despojamento que o escritor emana para tudo aquilo fazer sentido e assim foi: por cerca de meia hora as palavras que foram ditas, tocaram mais a uns que outros, mas que tiveram o condão de calar o S.A.

Depois meus caros, depois escassa hora e meia de festa para cinco djs, ouviu-se um pouco de tudo, destacando a contínua influência espanhola no deathrock nos setlists e a presença de clássicos, notando-se o esforço que os djs fizeram para em tão pouco tempo dar uma amostra do que eram/são musicalmente as Graveyards.

As Graveyards são festas de deathrock ou seja têm como base uma influência do punk por isso não será de estranhar o sentimento de defraudamento musical que um gótico pode ter sentido, já eu, como gótico com fortes influências do punk que sou, senti-me em casa.

Foi um bom regresso, espera-se em Março uma festa mais à Graveyard e se possível, não desfazendo do S. A., num outro espaço – Karnart, Caixa Económica Operária?
As fotos como sempre são do escriba ;)



True Blood


(Na versão portuguesa "Sangue Fresco", em exibição na RTP1)

Qual é o problema desta série? Um dos problemas, reparo agora, é por onde começar a enumerar os problemas, que não são poucos.
Comecemos pelo mais imediato. A princípio (digo primeira temporada) dá a sensação de que os autores não sabem se querem fazer uma série de vampiros ou uma série dramática sobre os usos e mentalidades do sul dos Estados Unidos. Atenção, nada tenho contra séries dramáticas, antes pelo contrário. Tenho tudo contra misturas mal feitas. E esta mistura não podia ter saído pior. Pergunto-me mesmo se, depois de cada episódio, os autores não faziam uma sondagem às preferências dos espectadores e lá iam "navegando" a série à mercê das audiências.
O que não era preciso. A série tem excelentes pernas para andar: depois da descoberta científica de um produto substituto do sangue humano, os vampiros já podem "sair do armário" e reivindicar os seus "direitos". Depois de séculos nas sombras, decidem finalmente viver integrados em sociedade. É muito gay mas é mesmo assim.
A ideia é original e ousada. Não era preciso mais nada. Não era preciso, por exemplo, misturá-la com os dramas de uma mãe alcoólica e ultra-evangélica que negligencia a filha. Isso é outro argumento. No máximo, a questão seria abordada, sem nunca perder de vista o coluna vertebral da história "principal". A certa altura, pelo contrário, a série já nem tem coluna vertebral, de tão (mal) fragmentada.
Volto a insistir que nada tenho contra séries dramáticas. Veja-se o caso de Anne Rice, que tão bem faz nos seus livros o casamento entre os vampiros e a mesmíssima cultura do sul dos Estados Unidos. (Olha a série a perder originalidade... e pontos!) Para quem tem preguiça de ler os livros, o filme "Entrevista com um vampiro" exemplifica muito bem do que falo. Os livros fazem-no ainda melhor, prova de que a mistura pode ser feita... se bem feita. "True Blood" faz mal.
A par destas duas linhas directoras, vampiros + drama, surge a terceira, vampiros + drama + soft porno. Se calhar nem é tanto a questão de os vampiros terem apetite sexual o que me desgosta (por repulsiva que me seja a ideia de um vampiro a fazer sexo, não se a subtileza do vampiro romântico, desde os tempos de Lord Ruthven, em "The Vampyre" de Jonh Polidori, é exactamente a metáfora do desejo, metáfora que "True Blood" transforma em minha opinião em blasfémia -- por pouco que a minha opinião valha), mas o facto de não se perder nenhuma oportunidade de meter toda a gente a fazer sexo. Pretos com brancos, brancos com brancos, pretos com pretos, vampiros com mulheres, vampiros com homens, vampiros com vampiros, e só falta alguém fazê-lo com o cão. Sim, precisamente esse cão, em forma de cão. Olha o que se poupa em downloads porno!
Entretanto estávamos a falar de quê, que já me esqueci? Ah, sim, a série de vampiros. Pois a série de vampiros, no meio de toda esta fodenguice, torna-se um bocado difícil de acompanhar. Pergunto-me mesmo se existe...
Concedo que existem boas cenas (de vampiros, esclareça-se), e uma das notas positivas vai para o vampiro Eric Northman, um vampiro sueco e medieval, que assim que aparece na série lhe dá logo uma inesperada pica (falo de adrenalina):


Isto sim, é um senhor vampiro, antigo e ameaçador, envolto nas sombras do bar Fangtasia, que nos arrepia a espinha por muitas razões. Aqui está a metáfora, um digno representante de Lord Ruthven, de Drácula, de Lestat, de todos os vampiros perigosos e sedutores de que se possam lembrar na história da literatura e do cinema. Nem quando aparece a pintar o cabelo perde o carisma. Afinal, quem disse que um vampiro não pode ser vaidoso? Infelizmente, tinham de estragar, e na segunda temporada põem o senhor da fotografia vestido de fato de treino, a fazer compras num supermercado. Já tem o cabelo curto, e para compor o ramalhete só falta estar também oleoso. Um cachecol do Benfica ao pescoço e tornar-se-ia um digno candidato para as recentes séries portuguesas. "Liedson, marca-me essa merda ou chupo-te o sangue todo, caralho!", podia ser uma das suas falas. (O quê, Liedson não é do Benfica? Então mudem o cachecol.)
Fica o desgosto, e a fotografia para lembrar a primeira temporada.

Voltando a "True Blood", que é difícil dada a dispersão em que a própria série se perde, tanta que como disse a princípio se torna difícil (e maçudo) apontar-lhe os defeitos todos, não contentes com esta mistura intragável os autores ainda decidiram juntar-lhe shape shifters, deusas gregas, e o diabo a sete, porque sabe-se lá mais o que pode aparecer. Sim, porque entretanto o próprio shape shifter já "avisou" os espectadores de que não é um lobisomem, porque "os lobisomens são uma coisa completamente diferente". Boa. E uns zombies também, porque não? Falando em seres sobrenaturais, a série tornou-se tão sem pés nem cabeça que mais valia dar-lhe o tiro de misericórdia. Na minha opinião entravam por aquela terra de Bonstemps os irmãos Winchester (sim, esses mesmos, do "Sobrenatural") e matavam à caçadeira aquela bicharada toda: vampiros xungas, deusas gregas de mau feitio, homens-cão... e todos os seres humanos patéticos que por lá pululam. Evangélicos e "Jesus people" à cabeça.


Original in Gotika

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Agenda [actualizado]

CONCERTOS

La Chanson Noire
Sexta 29 de Janeiro, Rock Lab, Moita


EVENTOS

Hypnotikcircuit
Sexta 29 de Janeiro, Fábrica de Som, Porto




Off With Their Heads
Sexta 29 de Janeiro, Heavens, Porto




The Final Hour
Sábado 30 de Janeiro, Metropolis, Lisboa





Golden Age of Grotesk
Sábado 30 de Janeiro, Heavens, Porto


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Agenda [actualizado]

CONCERTOS

Moonspell + Bizarra Locomotiva
Sábado 23 de Janeiro, FIL, Lisboa


EVENTOS

Tributo a The Cure
Sexta 22 de Janeiro, Metropolis, Lisboa




Heavens, programa de sexta
Sexta 22 de Janeiro, Heavens, Porto




Graveyard Sessions + Bal Onirique e Archétypo 120
Sábado 23 de Janeiro, Santiago Alquimista, Lisboa




Bizarra Locomotiva + Moonspell After Party
Sábado 23 de Janeiro, Metropolis, Lisboa




Heavens, programa de sábado
Sábado 23 de Janeiro, Heavens, Porto


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

E... vampiros na SIC

Afinal não é só a TVI. Também a SIC vai estrear uma série de vampiros. "Lua Vermelha". Mas pelo menos estes têm um site, e uma sinopse (que fala por si):

Um colégio como tantos outros. Os problemas da juventude.
A paixão entre um rapaz e uma rapariga. Mas para além das aparências, um terrível segredo está prestes a ser revelado, pondo em causa este amor impossível. É que as diferenças que os separam podem vir a ser mais fortes do que tudo o que os une: ele é vampiro e está condenado a manter-se com a mesma idade para todo o sempre. Uma história de humanos e vampiros adolescentes, cheia de humanidade e muitas emoções fortes.

Lua Vermelha

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Agenda [actualizado]

EVENTOS

Bouquet of Dreams
Sexta 15 de Janeiro, Parke, Porto




Alternative Landscapes
Sexta 15 de Janeiro, Metropolis, Lisboa




Especial Fields of the Nephilim
Sexta 15 de Janeiro, Heavens, Porto




Tributo a Fields of the Nephilim
Sábado 16 de Janeiro, Metropolis, Lisboa




Indie Digital Sessions
Sábado 16 de Janeiro, Pitch, Porto




Dark Night
Sábado 16 de Janeiro, Heavens, Porto


domingo, 10 de janeiro de 2010

Vampiros na TVI

E agora para algo completamente diferente: a TVI vai estrear aquela que é (até alguém me provar em contrário, mas não prova) a primeira série de vampiros portuguesa. A emoção é grande (nem por isso) e a coisa chama-se "Destino Imortal". Horário ainda não anunciado. Quem quiser que esteja atento.

Para mais opinião, ler aqui.

Amália, o filme (2008)



Aqui está um bom filme, que eu sei que deve agradar a alguns de vós. (Não foi por acaso que escolhi a foto com a linda roupinha que vêem aí em cima...)
Continuo a achar que o melhor elogio que se pode fazer a um filme português é que nem parece português, que me perdoem os fãs das secas intelectuais, e este filme bem o merece. Este é um filme que pode ser visto em Hollywood sem nos embaraçar de todo, embora em termos de técnica ainda não se tenha chegado... "lá". E atenção, que eu não vejo só filmes americanos! Os ingleses já chegaram "lá" há muito tempo e que eu saiba ninguém lhes critica a intelectualidade. As críticas dos *críticos* de cinema portugueses (que pelo que tenho lido trucidam o filme) valem o que valem, verbo de encher certos egos que fazem (faziam) filmes a preto.
Avancemos, e sem preconceitos, que nem sequer é por isso que este filme aqui aparece. De todo!

Confesso desde já que não conheci a verdadeira Amália excepto pela televisão, e já numa fase em que a sua carreira era fortemente vilipendiada. Nesse aspecto o filme acerta em cheio. A "colagem" ao regime salazarista era muito grande, e lamento ter desconhecido tanto a mulher e a artista por ter nascido nessa altura em que "Amália" era um palavrão. Talvez tenha sido uma grande injustiça da História. A política tem destas coisas. Sobre isso também não me posso pronunciar. Sou demasiado nova. Contudo, nunca ouvi dizer mal da pessoa em si, antes pelo contrário, e sempre tive dela uma ideia de velhota simpática.
Aliás, nem sequer é da verdadeira Amália que aqui quero falar. Do que quero falar é da grande personagem criada por este filme, uma personagem, por diferente que seja da realidade, que acaba por valer por si. Compreendo agora a polémica que tenha gerado entre os seus familiares. Palavra de honra, também não gostava de ver exposta a minha intimidade familiar, e se é para ser exposta que o seja o mais fiel à verdade possível. Mas não penso que tenha sido essa a intenção dos autores, de forma alguma. Penso que a intenção, e bem conseguida, foi a de criar uma personagem, uma personagem forte, por quem o público se pode apaixonar, por quem o público pode chorar, uma personagem universal tão reconhecida aqui como na China, que vai para além do que é português, que vai para além das comezinhas vidas de cada um, que é maior do que tudo isso. Digo mesmo mais, um bruto americano (daqueles tão criticados pelos intelectuais portugueses), corre o risco de ver este filme e apaixonar-se por Amália, e resolver até, olhem o espanto, conhecer a sua obra!... Mais palavras para quê? Está tudo dito.
Agora, a parte menos boa. E a parte menos boa é o fim. O fim é "bonitinho". Pois não devia ser. Nem parece um fim dos mesmos autores! O diálogo porventura mais importante de todo o filme é aquele em que um homem diz a Amália algo como: "sabe, as pessoas não compreendem essa sua melancolia, essa permanente tristeza", e ela responde: "é a vida que faz a tristeza". O fim contraria, por razões que não percebo, tudo o que se disse antes. Terá sido um fim encomendado, um final feliz? Terão pensado que assim era giro, e surpreendente?... Não me parece. Afinal, a mulher está morta e tudo. Também não percebi aquela pergunta de retórica no fim: "será que morreu?...", ou algo do género. What the fuck? Bela Lugosi's dead? Agora temos vampiros na Madragoa? Ò senhores, não havia necessidade. Se calhar queriam dizer que Amália era imortal, mas saiu mal.
Não sei exactamente qual foi o papel de cada autor (realizador, escritor, argumentista, produtor?...) na conspiração deste final, mas só transparece uma coisa. Ou foi uma pessoa muito triste a fingir no fim que é alegre (o que é muito triste), ou foi uma pessoa alegre que durante todo o filme se fingiu triste (o que é ainda mais triste). Ou talvez nem tenha sido a mesma pessoa. Se calhar o fim é "a martelo", à boa moda portuguesa do desenrascanço e vinho tinto. Pá, o filme tem que acabar, como é que se acaba esta merda? Sei lá pá, já não temos tempo para mais. Olha, resume tudo num minuto e dá-lhe um fim feliz que a malta até fica de cara à banda!
E estragou. É pena.
Mesmo assim, esqueçam isto tudo, e vejam o filme. Alguns de vós vão gostar, particularmente de algumas cenas, e vão perceber porquê... que eu não digo. É surpresa. Já sabem que o fim não presta, mas ignorem. Vejam o resto que vale a pena.

15 em 20


Original in Gotika

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Agenda [actualizado]

EVENTOS

Planeta Pop
Sexta 8 de Janeiro, Metropolis, Lisboa




Decades
Sexta 8 de Janeiro,Riscas Bar, Porto




Heavens, programa de sábado
Sábado 9 de Janeiro, Heavens, Porto


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Clan of Xymox em Maio

De acordo com a página do myspace da banda, os Clan of Xymox agendaram para 1 de Maio um concerto em Portugal, será no Cine-Teatro de Corroios, sendo a primeira parte assegurada por La Chanson Noire.