"Bright Side of a Black Hole", pelo projecto Black Dianthus, é um álbum lançado numa parceria Abismo Humano e Korvustronik. O texto promocional que nos chegou por email, por parciais que sempre tendam a ser os textos promocionais, descreve muito adequadamente o que se pode ouvir neste primeiro álbum de Black Dianthus:
Um trabalho muito consistente que percorre vários estilos, desde o Neoclássico que está bem patente nas orquestrações, passando por momentos que nos fazem lembrar algo entre a música electrónica de Kraftwerk, mas criando também uma ponte para a Darkwave.O álbum inclui arranjos notáveis entre o medieval e o Martial Industrial com vocalizações grotescas que tornam este projecto único e exclusivo, mas sem deixar de dar a mão a um ambiente negro ao estilo de uns Nox Arcana. Talvez um dos melhores, senão o único projecto português que aborda todos estes estilos numa só aventura que vai para além das fronteiras do que estamos habituados a ouvir, mas que certamente nos transporta para outro mundo, um mundo real onde reina o espírito experimentalista do avant-garde ou mesmo do progressivo.
O álbum pode ser ouvido na íntegra e permite download gratuito aqui:
http://abismohumano.bandcamp.com/album/bright-side-of-a-black-hole
Opinião
Foi uma surpresa para mim conhecer um trabalho a este nível de qualidade e inovação no panorama musical alternativo português. As duas primeiras faixas do álbum, devido aos arranjos com vozes guturais (e o próprio lettering do logotipo da banda), podem fazer com que muitas pessoas que não apreciam especialmente o metal se sintam desencorajadas e abandonem a audição. A estas eu incentivo a não desistir perante os dois primeiros temas, "Elysium" e "Over", mas antes a deixar-se deslumbrar pelo épico "Battlefield" (para ouvir alto e forte!) e a de seguida se permitirem arrebatar pelo assombroso e igualmente épico "Strange Flowers". Só para começar. Depois há mais, e mais subtil.
Também eu preferiria uma ainda maior descolagem de um certo "teor metálico" e a passagem completa cá para o meu lado (oh my Goth!) mas este é daqueles casos em que se prova que beber em várias fontes de inspiração dá sempre os melhores resultados.
Aconselho vivamente.