Existe uma verdade comum a todos os amantes de musica que é, por isso mesmo, um tormento para os mesmos quando vão a um concerto, e essa verdade diz que é mau sinal sempre que um single é a melhor musica de um álbum, e isto é valido para qualquer banda desde que o album não seja... o Disintegration... e, claro está, a banda não seja os The Cure. Deste álbum saíram 4 singles oficiais que é como quem diz 1/3 do álbum, mas de facto poderia muito bem ter sido metade ou mesmo 2/3 daí que no alinhamento do dia 08-03-2008 no Pavilhão Atlântico e à imagem dos outros concertos até esta data estejam incluídas nada mais que 6 musicas deste trabalho.
Considerações à parte o concerto mostra uns Cure de volta aos bons momentos, um Robert mais solto (do seu jeito...), um Simon igual a si próprio, um regressado Porl Thompson (o verdadeiro excêntrico dos Cure) e um Jason competente. O regresso de Porl Thompson trouxe, na minha opinião, mais electricidade a uma banda que estava condenada a uma ditadura de teclas e a um amolecimento geral que se notava muito nas actuações ao vivo, apesar de em certas musicas o esforço de Simon no baixo não ser suficiente para suprir a sua ausência, esta aparente troca parece-me benéfica.
Embora tenha sido um concerto sempre em alta para as 17999 mil almas, este atingiu limites insanos em musicas como "Friday I'm in Love" (o escriba pára e respira fundo para não cuspir...), "Just Like Heaven" e claro em "Boys Don´t Cry".
Durante o alinhamento e além do que já foi referido, estavam discretamente incluidas 3 musicas que farão parte do novo trabalho a saber, a excelente "A Boy I Never Knew", "a /que-certamente-será-um-single/ "Please Project" e a /preciso-de-ouvir-melhor-porque-não-me-pareceu-grande-coisa/ "Freakshow" (2º Encore). Para regozijo do escriba o main set ainda ofereceu "Kyoto Song", "The Blood", "Push", "One Hundred Years" e uma versão menos "urgente" mas ainda assim boa de "Primary" (acho que gosto mais do imediatismo com que soa em registo original). O 1º Encore que se poderia chamar "desculpem-lá-pela-friday-i'm-in-love-set" é excelente e mais que isso é um piscar de olhos à velha guarda, o coro de vozes no "Play For Today" é sempre digno de se ouvir assim como a "Forest" com a cadência do baixo de Simon no fim acompanhada pelos aplausos do público, bem como "M" (simplesmente divina), seguido por um segundo encore que se poderia chamar uma-no-cravo-outra-na-ferradura-set com uma boa versão de "Lovecats" e um "Why Can´t I Be You" bastante conseguido. Para o fim, o 3º e ultimo encore da noite que se poderia chamar "este-merecia-mais-um-parágrafo-mas-isto-já-vai-longo-set" foi um piscar de olhos a toda a gente, começando pelo inevitável "Boys Don't Cry", pulando com Jumping Someone Else's Train", a surpreendente "Grinding Halt" (que me fez pular até meia hora depois do concerto acabar) seguidas de "10:15 Saturday Night" e "Killing An Arab" (o 1º single da banda), fez com que o concerto fosse memorável mesmo para aqueles que como eu sonharam com um outro set.
Nota desagradável só mesmo para a acústica do pavilhão atlântico que segundo me constou de metade da plateia para trás o eco era mais que muito.
Para finalizar resta-me dizer que depois de Vilar de Mouros 2004 deixei de levar máquina fotográfica para concertos por isso as poucas fotografias que tirei foram com o telemóvel que é o mesmo que dizer "esqueçam lá isso", assim aconselho-vos o fórum "The Cure Portugal" (Link na secção de foruns à esquerda) onde para além das fotografias poderão ler criticas de fãs, bem como o you tube onde uma simples busca permite ver vídeos do concerto (poucos bons mas o que vale é a intenção).
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