La Chanson Noire - Musicbox (09-12-2009)

Charles Sangnoir, assume o projecto e apresentou-o no dia 09 deste mês no musicbox, tendo pago, a nível de publico, o risco de fazer um concerto em semana de fim-de-semana prolongado, mas tal facto não afectou a prestação nem o profissionalismo do mesmo.

“Manifesto artístico de cariz primordialmente musical” (descrito pelo próprio na zine distribuída), algures entre a decadência do Cabaret dos anos 30 e o punk (Não na sua vertente agressiva mas sim numa óptica de revolta contra as convenções), aos quais junta elementos do folclore nacional, tornando algo que poderá ser englobado no género punk cabaret, a espaços em algumas canções não é possível deixar de se fazer a comparação óbvia entre La Chanson Noire e os Dresden Dolls.

É notória uma vertente forte a nível de merchandising e a nível visual (poucas vezes vista no nosso país), tornando-se visível em pequenos pormenores como seja a distribuição pelas mesas e pelo balcão de uma pequena zine de 4 páginas onde, com um humor mordaz, o projecto era apresentado e a visão do autor exposta.

O concerto começou sem grande atraso, facto que demonstra que o artista estava ali para tocar nem que seja para 10 pessoas. No palco, por trás de uma série de caveiras, velas a arder e incenso a queimar, estava um piano eléctrico e ao fundo a projecção do “Couraçado Potemkin” do Sergei Eisenstein. Sorte ou premeditado, o facto é que algumas músicas ligaram muito bem com as cenas do filme fazendo uma ponte entre o vídeo e a musica que só acrescentou pontos à actuação.

Da actuação destaco o single “Bordel de Lúcifer” (editado em 7’’), a “Hollow Hills” (versão muito boa dos Bauhaus), “Valsa dos Escombros”, “Água Benta”, terminando o concerto com uma música, cujo nome não me consigo lembrar, (peço desculpas ao artista e aos leitores) enquanto ao fundo se via a cena do carrinho de bebé a descer as escadarias de Odessa.

Em resumo, uma boa actuação com pouco público, num fim-de-semana mais comprido que o habitual e entre dois concertos grátis, é normal que tal aconteça mas não deixa de ser uma pena.