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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

The Psychedelic Furs, Coliseu de Lisboa, 19-10-2010




Emergentes na cena punk inglesa, os Psychedelic furs demoraram três anos a fabricar aquele que seria o seu primeiro álbum. Se no início se sentia uma forte influência de David Bowie, depressa criaram o seu espaço e atingiram considerável sucesso com um pop negro e sonoridades art-rock. Os seus oito trabalhos de estúdio foram-se tornando cada vez mais luminosos, tendo "Midnight to Midnight" sido, provavelmente, o ponto de viragem. 
A primeira visita ao nosso país terá sido aproximadamente onze anos após o primeiro álbum, enchendo o coliseu de Lisboa. Nesta segunda vez, passaram dez anos após a reunião no mesmo local – a questão que se impunha era: repetir-se-ia a enchente?

Dia 19 de Outubro de 2010 – 21h20:
A visão do coliseu é desoladora. A plateia vazia traçava um cenário negro (necessariamente negativo) para um concerto que até se antevia bom. Uma saída para uma cerveja e um cigarro revelou que muita gente preferia a conversa à primeira parte dos portugueses Corsage, que ainda assim me esforcei por ver. Senhores de um pop fácil da moda, esforçaram-se (até demais) por aquecer os poucos que por ali ficaram, por respeito ou por ligação afectiva, a assistir à prestação. Trabalho inglório, porque aqueceram pouco os poucos assistentes e viram a M80 destruir em cinco minutos aquilo que lhes levou meia hora a construir, com uma selecção musical que teve tanto de desajustada como de meter sono a um puto cheio de ecstasy.



A tempo das luzes se apagarem já a plateia estava mais composta, ainda que longe de cheia, o que permitiu algum conforto a quem assistiu o concerto de pé. Os Psychedelic furs entram em palco com "Dumb Waiters" avançando logo com "Prety in Pink" e revelando que Lisboa iria ter direito ao alinhamento do segundo álbum da banda, "Talk, Talk, Talk", alinhamento já antes visto em dois concertos nos EUA.


Se existem pessoas a quem a idade não afecta, Richard Butler e Mars Williams são prova disso. A energia com que o sempre simpático vocalista imprimiu a cada início de canção e o pulmão detrás do saxofone sempre imparável (que em "Sister Europe" soou até à exaustão), foram os principais motores da noite, revelando uma banda ainda perfeitamente capaz de coreografar humor. Músicas como "Mr. Jones" que poderão ver no vídeo abaixo, "Heaven", "Ghost in You", "Sister Europe", "Love My Way" ou a excelente "President gás" com Richard Butler a marchar em direcção ao público, fizeram o alinhamento, que para além do álbum referido, nos ofereceu ainda algumas músicas dos primeiros quatro álbuns.
Ficou a sensação, ou a vontade, de que o concerto poderia ter durado mais um pouco – sendo o reportório desta banda tão vasto, há sempre algumas musicas que ficam por ouvir. E ficou também a sensação de pena pelo público, que apesar de participativo, ter uma media de idades avançada, não que isto seja um problema, mas revela a fraca adesão dos mais jovens a estas bandas, que são de inquestionável referência.


2 comentários:

film-m k disse...

grande concerto!

I Am No One disse...

Esqueci-me de referir que a espaços em palco o vocalista tem qualquer coisa de iggy pop... :)