Formados em 2005 em Caxias do Sul (Rio Grande do Sul, Brasil), os Álgida procuram, e diria mesmo que encontraram, o seu espaço musical algures entre sonoridades post-punk e o rock gótico.
Foram precisos 5 anos para que conhecêssemos o primeiro álbum de estúdio de uma banda que, à semelhança do seu nome, varia nas suas músicas entre a gélida parede sonora dos instrumentos e o calor dos sentimentos cantados.
Ao tocar com os olhos pela primeira vez no booklet assume-se que os Álgida não são só musica, são todo um universo estético que se imiscui e completa com o trabalho sonoro. O cd vem inserido num livro de BD, onde as letras ganham vida entre cenários desenhados que as acolhem e as interpretam, de resto, a qualidade da ilustração (a cargo de Frank Tartari Fialho), do papel e da impressão, justifica e de que maneira o tempo de espera.
As 16 musicas que compõem o cd variam entre as influências declaradas e sem pudor: o post-punk dos Joy Division (“Flores do Mundo”) está bem reflectido em algumas faixas do álbum, bem como os Sisters of Mercy ou mesmo uns mais recentes Placebo (“Tiresia”) que completam em jeito de homenagem algo que as bandas mais recentes têm receio de assumir. Mas, falta-me a última nota, excelente, para as letras: bem escritas e sempre na língua mãe, que ajudam a criar todo um imaginário entre o amor impossível e os objectivos inatingíveis tão ao gosto do público alvo. Estas letras vestem roupagens rock, ora sufocante e gélido (“Seus Braços”, “Dias Cinzas”) ora mais aberto e rude (“Cada Vez Mais Longe”, “A Palavra”), e fazem de Dias Cinzas um álbum para ouvir e ouvir novamente, para folhear e folhear novamente.
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