A partir do trabalho em estúdio deste trio russo, de sonoridades rockabily com alguns ares de horror punk, criei algumas reservas em relação a como seria o concerto, não por falta de qualidade, mas pela sensação de que, provavelmente, o concerto se tornaria monótono. A sensação confirmou-se. O concerto começou pela uma da manhã no piso superior do Armazém do Chá e revelou um duo de cordas pouco activo e um baterista que tentava a custo não deixar cair uma audiência cuja expectativa ia morrendo ao ritmo das musicas. Apesar das referências ao fim da digressão (em jeito de pedido de desculpas pela falta de energia) e a uma pretensa ressaca da noite anterior (o que deixa antever que pelo menos a cidade de Lisboa terá visto um concerto de maior qualidade), as deixas pré-fabricadas que separaram as musicas não os salvaram - acabaram por se tornar tão desinteressantes quanto o concerto em si.
Contra eles um factor importantíssimo: o espaço. O palco (já vi degraus maiores) não permitia sequer um passo a cada musico e o publico comprimia-se numa sala exígua. Estes factores poderão muito bem ter contribuído para a má prestação do trio, mas permitem também, levantar questões sobre o nível de exigência de algumas bandas em relação aos espaços onde aceitam dar concertos e às necessidades implícitas para oferecerem o que de melhor fazem.
Em resumo e até porque esta critica é apenas sobre os 2/3 que vi do concerto, percebe-se que a qualidade está lá, mas que ao vivo, pelo menos desta vez, não resultou e na minha opinião, a voz de Zombierella é uma mais valia ao vivo, deviam utilizá-la mais vezes.
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